Notícias
 
Ato em antigo quartel do Exército cobra punição a torturadores da ditadura
Militantes identificaram local como ponto de tortura dirante a ditadura militar
28/08/2012




Centenas de militantes do Comitê Popular Memória, Verdade e Justiça do Rio Grande do Sul realizaram nesta terça-feira (28) um ato político de identificação da praça Raul Pilla, em Porto Alegre, como um local de tortura durante a ditadura (1964-1985). Naquela época, o espaço na esquina da rua Duque de Caxias com a avenida João Pessoa era a sede da 6ª Companhia de Polícia do Exército, quartel onde servia o capitão Carlos Lamarca – que desertou em 1969 para aderir à luta armada contra o regime.

Os manifestantes aproveitaram a data de 28 de agosto para lembrar os 33 anos da promulgação da Lei da Anistia pelo general João Figueiredo e pedir a revisão da norma para que os agentes do Estado que praticaram crimes de lesa-humanidade possam ser punidos. “Reafirmamos a luta por uma memória aberta, para a qual a verdade e a Justiça sejam condições indissociáveis para desvendar os crimes que sepultaram a memória nacional”, diz o manifesto distribuído pelo grupo.

O ato contou com a presença de dezenas de ex-presos políticos, muitos dos quais foram detidos no quartel que funcionava na praça Raul Pilla. Amadeu Ferreira, que comandou um grupo de sargentos rebelados contra a ditadura e participou da guerrilha na Serra do Caparaó, em 1966, fez questão de nomear os oficiais que torturaram e assassinaram Manoel Raimundo Soares no quartel da 6ª PE. “Alguns deles ainda devem estar vivos, se escondendo. Estive preso aqui por alguns dias e fui colocado numa cela imunda chamada de Boi Negro”, contou. O corpo do sargento Raimundo Soares foi encontrado boiando no Rio Jacuí no dia 24 de agosto de 1966, com sinais evidentes de tortura. O caso ficou conhecido como “Mãos Amarradas” e motivou a abertura de uma CPI na Assembleia Legislativa. Assim como ele, também foi detido no quartel da 6ª PE o coronel da Aeronáutica Alfredo Ribeiro Daudt, que, em 1961, liderou um grupo de suboficiais na base aérea de Canoas que se negaram a cumprir a ordem de bombardear o Palácio Piratini, em função da resistência do então governador Leonel Brizola no episódio que ficou conhecido como a “Campanha da Legalidade”. Após o golpe de 1964, Lamarca, que servia no local, ajudou Daudt a fugir.

O ato contou com a presença de lideranças políticas, como o ex-governador gaúcho Olívio Dutra (PT), o procurador-geral do Estado, Carlos Henrique Kaipper (PT), e os deputados estaduais Raul Carrion (PCdoB) e Nelsinho Metalúrgico (PT). Aclamado pelos militantes, Olívio disse que é preciso “resgatar não só a memória e a verdade, mas a Justiça e a punição daqueles que praticaram arbitrariedades”. O ex-governador lamentou que as estruturas de Estado no Brasil ainda não se libertaram totalmente da influência de grupos que atuavam durante a ditadura. “O Estado ainda não está sob controle público”, criticou.

O Comitê Popular Memória, Verdade e Justiça do Rio Grande do Sul foi criado em julho deste ano e é composto por dezenas de entidades sociais e sindicais, além de militantes partidários. O ato desta terça-feira (28) em Porto Alegre ocorreu de forma simultânea com o de Três Passos, onde um grupo realizou um escracho silencioso em frente ao Hospital de Caridade, que abrigava um centro de prisões e torturas na década de 1970. As manifestações também contaram com a participação do Levante Popular da Juventude.

 

 

Samir Oliveira

 
Veja também
 
 
 
 
 
 
 
Redes Sociais
 
 
Folha Metalúrgica
 
Assista
 
Escute
Escolha o áudio abaixo...

 
Boletim Eletrônico
Receba em seu e-mail o boletim eletrônico e informes do Sindicato

Não quero mais participar
 
Veja Também
 
 
Serviços
  Benefícios para Associado
  Tesouraria
  Jurídico
  Homologação
  Saúde
  Catálogo de Convênios e Parcerias
O Sindicato
  Institucional
  História
  Diretoria
  Base do Sindicato
  Subsedes
  Aposentados
  Colônia de Férias
  Lazer
Convenções
  Metalurgia
  Reparação de Veículos
  Máquinas Agrícolas
  Siderurgia
Galerias
  Fotos
  Escute
  Notícias
  Opinião do Sindicato
  Folha Metalúrgica
  Publicações
CNM  FTM RS  CUT
 
STIMEPA - Sindicato dos Metalurgicos da Grande Porto Alegre
Av. do Forte, 77 - Cristo Redentor - CEP 91.360-000;
Telefone: (51) 3371.9000 - Porto Alegre - RS.
De segunda à sexta, das 8h às 17h.
 
Omega Tecnologia