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DIA NACIONAL DOS APOSENTADOS
Dirigente lamenta a manutenção do fator previdenciário e a queda do poder aquisitivo e inflação mais alta para os aposentados brasileiros
24/01/2013


Geraldo Muzykant - Stimepa
“Categoria não tem muito a comemorar”, diz presidente da Associação dos Aposentados Metalúrgicos


O Dia Nacional do Aposentado é celebrado hoje, 24 de janeiro. Nesta data, em 1923, aconteceu a assinatura da Lei Eloy Chaves, deputado paulista que criou a caixa de aposentadorias e pensões para os empregados de todas as empresas ferroviárias do Brasil. Após a promulgação da lei, outras empresas foram beneficiadas e seus empregados passaram a ser socialmente protegidos. A data tornou-se o marco histórico da Previdência Social, que hoje comemora 90 anos de criação e beneficia cerca de 29 milhões de aposentados.

Embora a data possa ser celebrada, não quer dizer que possamos comemorá-la. Esta é a opinião do presidente da Associação dos Metalúrgicos Aposentados de Porto Alegre, Valmor Lopes da Silva, entrevistado na tarde de hoje pela assessoria de comunicação social do Sindicato dos Metalúrgicos, que publica o jornal Folha Metalúrgica. “Seu Valmor”, como é mais conhecido, mostrou-se preocupado com as futuras gerações, caso o fator previdenciário não seja extinto. “Se não for aprovada uma nova fórmula, nossos filhos e netos terão enormes dificuldades para se aposentar no futuro”, disse ele. Acompanhe a entrevista:

 

Folha Metalúrgica – Neste Dia Nacional, os aposentados tem o que comemorar?

Valmor Lopes da Silva – Infelizmente, nossa categoria de aposentados não tem muito a comemorar, principalmente os companheiros e companheiras que recebem acima do salário mínimo, que contribuíram com mais e hoje veem seus salários ficarem cada vez mais baixos. Por exemplo: o presidente que me antecedeu na associação, Sr. Adão Henrique Lima, orgulhava-se de dizer que, nos anos de 1970, aposentou-se ganhando 8,4 salários mínimos da época. Hoje ele ganha um pouco mais de 3,5 salários mínimos atuais. Eu me aposentei em 1991 com 4,5 salários e hoje recebo pouco mais de 2 salários mínimos. Desde 2003, os aposentados que ganham acima do mínimo estão recebendo praticamente apenas a inflação do ano. Menos mal que o governo vem adotando uma política de valorização do salário mínimo, o que está beneficiando a grande parcela dos aposentados que ganham apenas o mínimo. O justo seria todos os aposentados ganharem o índice maior, até porque a inflação para o aposentado é maior que a inflação do resto da população. Este é outro problema enfrentado pelos aposentados. Para nós, tudo é mais caro, desde o plano de saúde até a alimentação, que precisa ser melhor e mais adequada para a nossa faixa etária. Outro problema que não atinge diretamente os aposentados, mas os filhos, netos e outros familiares mais jovens, é o fator previdenciário. Quem não pagar uma aposentadoria complementar, terá no futuro enormes dificuldades para se aposentar com uma idade e um valor justos. Quem inicia muito cedo no mercado de trabalho e exerce funções penosas, insalubres, são os mais prejudicados pelos critérios de idade e de expectativa de vida exigido pelo fator previdenciário.

FM – A luta da associação e dos aposentados em geral passar por aí?

VLS – Sim. Tanto a nossa associação, como as outras entidades às quais ela é filiada (Fetapergs e Cobap), tem que lutar não só para que os aposentados tenham mais e melhores benefícios, mas principalmente lutar para que os aposentados ganhem um pouco mais. O governo precisa assegurar que a aposentadoria represente um ganho real para o segurado que contribuiu para o crescimento do país e que, como contrapartida, sonha com dias de descanso e com ganhos que assegurem seus gastos com convênio médico, manutenção da casa, alimentação, vestuário, lazer, medicação adequada e outras necessidades que garantam boa qualidade de vida para todos. Nossas entidades tem que continuar lutando pela extinção do fator previdenciário e pela adoção de uma fórmula que seja mais justa, permitindo que nossos filhos e netos possam se aposentar com dignidade no futuro.

FM – E de positivo, o que o senhor cita como avanços conquistados pelos aposentados nos últimos anos?

VLS - Além da política de valorização do salário mínimo que beneficia boa parcela dos aposentados, cito o Estatuto do Idoso, que garante mais dignidade para nós. Também temos os projetos que garantem pleno acesso e descontos em eventos artísticos, culturais , esportivos e de lazer, o passe-livre, as isenções de alguns impostos, a gratuidade ou barateamento no transporte interestadual, a prioridade na tramitação de processos judiciais e as políticas de gratuidade e barateamento de remédios básicos, entre outros benefícios que estão melhorando a qualidade de vida dos aposentados.

FM – O senhor, depois de dois mandatos, está deixando a presidência da Associação dos Metalúrgicos Aposentados de Porto Alegre no próximo dia 31 de janeiro. Qual é a avaliação que faz do seu mandato?

VLS – Embora eu vá continuar militando na associação, deixo a presidência com a sensação do dever cumprido. Nestes seis anos como presidente tentei dar continuidade ao trabalho que vinha sendo feito até então e sempre lutei pela dignidade de nossa classe. Também lutei para ampliar os benefícios de nossos associados e para que nossa entidade fosse referência para todos os aposentados e suas famílias. Deixo para o meu sucessor uma associação com aproximadamente 1.500 associados e um patrimônio preservado. Aproveito a oportunidade para desejar boa sorte ao próximo presidente, Sr. Anestor dos Santos Galon, aposentado da Taurus, e para o presidente do STIMEPA, Lirio Segalla, que está nos próximos dias assumindo seu segundo mandato no sindicato. Por fim, quero agradecer ao sindicato e sua direção, que sempre acolheram e ajudaram a manter a nossa associação, sempre foram nossos parceiros de luta.

 

 

Por Geraldo Muzykant, da assessoria de Comunicação Social do Stimepa

 
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