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CUT promove debate sobre negociações coletivas de 2011

Mais de cem trabalhadores participaram do debate promovido pela CUT-RS na manhã desta sexta-feira, 25, na Igreja da Pompeia

26/11/2011


O balanço das negociações coletivas de 2010 foi o tema central do encontro. O economista do Dieese, Ricardo Franzoi, e o diretor-técnico nacional do Dieese, Clemente Ganz Lucio, palestraram sobre o tema.

O diretor de política sindical da CUT-RS, Claudir Nespolo, abriu o debate questionando os desafios que os trabalhadores terão em 2012, destacando a importância da unidade da classe trabalhadora para avançar ainda mais nas conquistas.

“O número de pessoas que temos neste encontro e os mais de dez ramos que estão hoje aqui representados, mostram o quanto essa discussão é necessária no movimento sindical cutista”, afirmou Nespolo.

Franzoi iniciou sua apresentação ressaltando que, quando se fala em negociações coletivas, nos referimos a crescimento. “Devemos nos questionar se estamos conseguindo passar para o trabalhador o crescimento pelo qual vem passando o nosso país.”

O economista fez referência ao fato de que os empresários estão tentando desconstituir o piso regional quando, ao iniciar uma negociação, negam-se a debater sobre produtividade.

Em 2009, o Brasil estava saindo da crise mundial. Segundo dados do Dieese, em 2010, 85% dos acordos coletivos tiveram aumento salarial. Este ano, quase todas as categorias aumentaram seus salários, duplicando o número de negociações coletivas que tiveram avanços percentuais de 2 a 3%, em relação a 2010.

Franzoi destacou que, no Brasil, triplicou o número de categorias que conseguiram 3% a mais de reajuste em relação ao Rio Grande do Sul. “Questiono o motivo de, no RS, os aumentos salariais serem menores, se comparados com o restante do país. Isso nos causa até um certo constrangimento. Talvez por ser um estado muito conservador?” Ele cita como exemplo o estado de Pernambuco, onde os metalúrgicos tiveram um reajuste de 5%, enquanto, aqui no RS, foi de 2 a 3%.

No decorrer de sua fala, ele apresenta números com a finalidade de fazer com que os trabalhadores reflitam sobre o que pode ocorrer em 2012. Segundo o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), “a estimativa do PIB em 2011 é de 3,6% no RS enquanto em 2010 foi de 7,8%.

Com relação ao salário mínimo, a previsão é de que em 2012 ele seja de R$ 619,21, em 2013 aumente para R$ 676,35 e, em 2014, vá para R$ 747,66.

O diretor-técnico nacional do Dieese, Clemente Ganz Lucio, fez uma apresentação mais subjetiva, fazendo questionamentos aos trabalhadores referentes ao sentido da luta sindical para os próximos anos.

“Nos anos 80, o sentido do movimento sindical era acabar com a ditadura militar no Brasil. Podemos afirmar que a nossa vida já valeu a pena porque conseguimos realizar o nosso sonho de viver em uma sociedade democrática. Passamos 20 anos da nossa vida resistindo contra a estagnação econômica no Brasil, contra a idéia de que o Estado deva ser mínimo, contra o desemprego. Nosso papel foi lutar para que o nosso país não fosse o quintal do imperialismo. Hoje, é preciso construir um novo propósito.”

Clemente se mostrou bastante otimista ao falar sobre o salário mínimo. “Se continuarmos com a política de valorização do salário mínimo, teremos em 2020, nos valores de hoje, um salário de mais de R$1.000,00. Estamos preparados para esta luta? Que outras mudanças queremos?”

O diretor do Dieese responsabilizou o movimento sindical por essas vitórias, mas afirmou que é esse movimento que tem, hoje, uma oportunidade única e, mais do que isso, o dever de encaminhar o Brasil ao grupo dos países desenvolvidos. E explicou o que é, para ele, um país desenvolvido.

“Em um país desenvolvido, há qualidade de vida e bem-estar social. Chegamos até aqui por conta da construção política que gerou capacidade econômica e financeira para que o país iniciasse o seu processo de desenvolvimento.”

Clemente sugeriu que a CUT, em conjunto com outras centrais sindicais, fortalecesse ainda mais suas propostas de: política de valorização do salário mínimo, geração de emprego com carteira assinada, política de distribuição de renda, política de controle da inflação, entre outras.

“Além de termos a questão do desenvolvimento como centro da nossa luta, temos também o desafio de descobrirmos um novo modo de produção, consumo e vida econômica que sejam sustentáveis. O nosso modo econômico de viver é inviável para a humanidade. Precisamos dar um outro sentido para o trabalho. O papel do movimento social é romper com essa lógica de produção, caso contrário, seremos reprodutores deste sistema existente hoje.”

Finalizando, o representante nacional do Dieese destacou que, no movimento sindical, há muito pouca solidariedade. “Mais do que isso, parece que a sociedade conseguiu incutir, no sindicalismo, que o individualismo é uma evolução. Precisamos de uma forte mudança nesse modo de pensar.” Disse ainda que é preciso ter capacidade de discernimento para enxergar qual é a democracia sindical existente na vida sindical.

Antes do encerramento, foi aberto o debate para que o público presente pudesse se manifestar, questionar e expressar seus pontos de vista.

Tanto integrantes da mesa quanto do público em geral afirmaram que não há outro movimento que seja tão organizado como o sindical e, portanto, ele deve estar no centro dessa disputa de projeto que queremos para o futuro.

Além disso, foi unânime a posição de que a agenda sindical deve ter seu foco voltado para a cooperação entre as categorias, o combate à desigualdade e a mudança na forma de agir da sociedade, que é baseada na competição, agindo com colaboração, solidariedade e paz.

Celso Woyciechowski, presidente da CUT-RS, defendeu a idéia de que a classe trabalhadora não pode perder a oportunidade de protagonizar uma mudança, a nível mundial, que derrube o projeto neoliberal definitivamente.

O dirigente cutista ainda enfatizou a luta da Central pela valorização do piso regional, importante instrumento que alavanca as negociações coletivas durante as campanhas salariais.

Claudir Nespolo encerrou as manifestações socializando os encaminhamentos do encontro. Entre eles, está a construção de um seminário de planejamento das campanhas salariais de 2012, a definição da pauta comum das diversas categorias representadas pela CUT e o fortalecimento dos laços de solidariedade no movimento sindical.

Após as manifestações, Clemente enfatizou que, se tivesse que escolher um tema com maior capacidade de mudar a sociedade para encaminhar como questão primordial dos trabalhadores seria a educação. “Não há mudança cultural sem investimento em educação.”

Ao final do debate, o diretor de políticas sociais da CUT-RS, Vilson Alba, lançou a cartilha “Direito é bom: nós gostamos e lutamos por ele”. Clique no link abaixo para ter acesso:

http://www.cutdf.org.br/arquivos/file/cartilha-trabalhadores-as-com-deficiencia.pdf

 
 
 
 
 
 
 
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