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Senado aprova salário mínimo de R$ 545 e política de reajuste até 2015

A votação aconteceu na noite da quarta-feira, 23 de fevereiro. A grande maioria dos deputados rejeitou as propostas da oposição e votou pela proposta

24/02/2011


A Câmara dos Deputados recusou as emendas de DEM e PSDB, partidos que, quando governo, não admitiam reajustes e políticas de valorização do salário mínimo (SM), e confirmou o aumento deste mínimo para R$ 545,00 na noite da quarta-feira, 16 de fevereiro. A votação levou mais de 11 horas e foram discutidas 22 propostas de emendas, além de um número muito grande de discursos e votações de adendos ao projeto de Lei do Executivo.

A proposta seguiu para apreciação e votação no Senado, onde foi aprovada na quarta-feira seguinte, 23 de fevereiro. Também foi aprovada uma nova política de reajuste do SM até 2015. Nos próximos dias a presidente Dilma Rousseff deverá sancionar a lei que estabelecerá este novo valor do SM para 2011.

A votação do texto-base foi simbólica, sendo que três emendas ganharam destaques e votações separadas, sendo todas rejeitadas. Duas haviam sido propostas pelo PSDB - que fixava salário de R$ 600 (placar: 55 votos contra, 17 a favor e cinco abstenções) e o fim da previsão de ajuste do mínimo por decreto presidencial (placar: 54 votos contra, 20 a favor e três abstenções) - e uma pelo DEM, que pretendia o reajuste de R$ 560 (placar: 54 votos contra 19 a favor e quatro abstenções).

Debate

O debate sobre o valor do mínimo foi iniciado com protestos do senador Itamar Franco (PPS-MG). Ele não concordava com a aprovação de um requerimento de urgência, que é utilizado para apressar a tramitação e a votação das matérias legislativas. Os questionamento de Itamar Franco, contudo, foram refutadas pelo presidente do Senado, José Sarney, que afirmou não estar quebrando [o Regimento] nem inovando de nenhuma maneira.

Em seguida, foram lidas as emendas feitas ao projeto. Entre elas, as que propunham valores masiores para o SM. Como relator, o senador Romero Jucá rejeitou todas as 11 emendas apresentadas à proposta, mas concordou com a oposição para que fossem apresentados três destaques ao projeto: nas emendas que fixavam salário mínimo de R$ 560 e de R$ 600 e na que suprimia a previsão de os reajustes futuros serem definidos por meio de decreto presidencial. Todas essas emendas foram posteriormente derrotadas.

Oposição

O PSDB não abriu mão da emenda que propunha o valor de R$ 600 para o salário mínimo. Segundo Alvaro Dias (PSDB-PR), seria possível conceder um aumento maior para o trabalhador sem comprometer as contas do governo. O parlamentar explicou que, para cada R$ 1 a mais no salário mínimo, os gastos públicos aumentam em R$ 300 milhões. Como a diferença entre o salário mínimo proposto pelo governo - R$ 545 - e os R$ 600 propostos pelo PSDB é de R$ 55, o aumento do gastos seria, então, de R$ 16,5 bilhões.

O poder de compra também foi o foco de Marinor Brito, que citou as garantias do artigo 7º, inciso IV da Constituição: "salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim".

Governistas

Humberto Costa (PT-PE), líder do Bloco de Apoio ao Governo, frisou que o governo ouve os trabalhadores. No Plenário, ele disse que o salário mínimo teve um papel fundamental na política de transferência de renda realizada pelo ex-presidente Lula e na construção de um mercado interno que amenizou os efeitos da crise internacional. Para ele, o salário mínimo de R$ 545 é um "avanço importante".

Também em defesa da proposta do governo, Walter Pinheiro (PT-BA), disse que o salário mínimo é fonte de desenvolvimento da pequena economia, agrícola ou industrial. Ele minimizou o debate sobre lei ou decreto para ajuste do mínimo dizendo que o debate da noite era sobre o avanço do mínimo. E recordou de quando se lutava por um salário mínimo equivalente a US$ 100. "Hoje ele é de quase US$ 300".

A senadora paranaense Gleisi Hoffmann (PT-PR) comparou os reajustes concedidos pelo governo FHC - segundo ela, de 29,8% - contra mais de 57% concedidos pelo governo Lula. "O Brasil é o único país de economia expressiva que tem política de aumento e recuperação do salário mínimo".

Na visão de Wellington Dias (PT-PI), a política de reajuste anual [do salário mínimo] permitirá que a renda per capita familiar, com apenas um adulto ganhando um salário mínimo, garanta que a família saia da condição de pobreza.

O senador Pedro Taques (PDT-MT) afirmou que, independentemente de pertencer à base governista, considerava inconstitucional o artigo 3º do projeto, que prevê a concessão de reajuste ao salário mínimo por decreto presidencial. Segundo o senador, que já exerceu o cargo de procurador da República, a definição do salário mínimo é atribuição exclusiva do Congresso.

A lei será publicada nesta segunda, dia 28, no Diário Oficial da União. O reajuste do mínimo entra em vigor na terça-feira, dia 1º de março.

 


Com informações das Agências Câmara e Senado

 
 
 
 
 
 
 
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