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Perspectivas e desafios para o futuro são debatidos pelos metalúrgicos em grande evento promovido pela FTMRS
14/12/2010


As Perspectivas do Desenvolvimento Brasileiro e Desafios para os Trabalhadores Metalúrgicos foi o tema central da conferência proferida pelo diretor nacional do Dieese, Clemente Ganz Lucio, na última sexta-feira, 10, como parte da programação da aula de encerramento do Curso de Formação de Dirigentes Sindicais da Federação dos Metalúrgicos do RS (FTMRS).
 
Mais de 100 pessoas lotaram o auditório do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre, na zona Norte da Capital, para pensar os rumos do país para os próximos anos. Participaram da mesa de debates o presidente da FTMRS, Milton Viário; o diretor Administrativo da FTMRS, Jairo Carneiro; o secretário geral da CUT nacional, Quintino Severo; o presidente da CUT-RS, Celso Woyciechowski e a coordenadora do Coletivo da Mulheres Metalúrgicas da FTMRS, Shirley Cruz. 

Clemente apresentou importantes dados sobre o governo Lula e uma profunda análise da conjuntura atual. De acordo com ele, o governo chega ao fim cumprindo muito mais do que havia proposto como projeto. Ele projetou o país internacionalmente através de uma política orientada para a América do Sul, África e Ásia. Além disso possibilitou a transferência de renda e o enfrentamento da pobreza.O salário mínimo cresceu mais de 54% acima da inflação, nos últimos oito anos. Em 2010 o desemprego diminiui de 22% para 11%, esta foi a mais intensa queda da taxa de desemprego já analisada. E a expectativa é de que o país cresça entre 7 e 8% somente este ano, taxas muito superiores as médias mundiais. 

Este são apenas alguns exemplos que explicam a façanha inédita de um governo que ao final de oito anos apresenta um índice de aprovação de mais de 90%. O segredo, segundo Clemente, foi a coragem de o presidente Lula em contestar as ideias vigentes até os anos 90 na política e na economia brasileira. O Brasil mudou, foi capaz de implementar uma nova política em todos os âmbitos e como resultado disso, milhões de brasileiros sentiram diretamente as transformações significativas em suas vidas. Incluídos no mercado de trabalho o povo passou a enxergar-se de outra maneira, ele se sente parte da construção. A continuidade do projeto de governo permite crer que em 15 anos a renda média brasileira passe dos 10 mil dólares atuais para 20 mil. 

Para o presidente da FTMRS, Milton Viário, nós estamos vivendo um momento da história diferente de todos os outros que já vivemos. "Nós estamos sendo chamados a ter uma atitude política, a ter um pensamento organizado da classe trabalhadora."

Em sua fala o secretário geral da CUT, Quintino Severo, fez uma análise sobre os desafios que o Brasil enfrentará. "Como reduzir os custos da produção brasileira para podermos competir no mercado internacional? Esse é um grande desafio em especial para o metalúrgico. O outro grande desafio que ele aponta para o próximo período é o debate que o empresariado está abrindo para a redução em 6% da folha de pagamento. Quais as alternativas para que não sejam reduzidos direitos? O movimento sindical deve pensar sobre novos paradigmas", alerta.

Claudir Nespolo, presidente da CNM/CUT, lembrou que este ano os metalúrgicos terão muitas batalhas pela frente. No RS deve ser contruída um política de valorização do piso regional nos moldes em que se deu com o mínimo nacional. 

A coordenadora do Coletivo de Mulheres da FTMRS, Shirley Cruz, pediu aos dirigentes sindicais que comecem a abrir espaço para as trabalhadoras metalúrgicas dentro das entidades. O novo Brasil que se apresenta já possui mais mulheres do que homens na população, de acordo com dados do último Censo. É preciso rever o espaço "democrático" de maioria masculina e possiblitar a participação das trabalhadores entendendo a diferença de gênero e o que isso implica.

SindicalismoTer a oportunidade de fazer sindicalismo em um cenário de crescimento com liberdade democrática é algo que deve ser muito bem dirigido pelo movimento sindical. Clemente provocou os presentes a pensarem em propostas para esse novo Brasil. "Nós temos a capacidade de termos um projeto igualitário. O que o movimento sindical vai apresentar como via para que em 2025 se possa dizer que não há mais probreza no Brasil?", instiga. "Devemos ser fervorosos defensores da eliminação da desigualdade no país", completa.

O presidente da CUT-RS, Celso Woyciechowski, expôs sua preocupação acerca da aceleração tecnológica que afeta diretamente o mundo do trabalho e na qual o movimento sindical ainda não está preparado para criar estratégias que protejam a classe trabalhadora. Ele afirma que o sindicalismo precisa amadurecer e estar profundamente inserido na discussão de projeto para o país.

EducaçãoUma das saídas para os problemas enfrentados no país, segundo o palestrante, é a educação. Para ele hoje todos ou quase todos têm acesso à educação, mas o tipo de educação é desigual. "A educação de pobre é feita por pobre", diz. Os professores são mal formados e mal remunerados e desta forma, não proporcionam o diferencial que poderia ser obtido em um sistema onde há qualidade no ensino.
A economia permite que o modelo de ensino de qualidade seja aplicado, mas não estamos preparados para isso. Clemente ressalta a importância de refletirmos sobre a dificuldade em sobrepormos os interesses da sociedade acima de nossos interesses individuais. Qual a proposta dos sindicatos com relação à formação?

Debate políticoClemente chama atenção para o perigo às liberdades democráticas que se deu em torno das eleições presidencias deste ano. O processo eleitoral não pode ser feito no âmbito da vida privada. Isso gera o autoritarismo e todas as formas odiosas de opressão. Deve ser minado do processo democrático. Não interessa se um candidato tem determinada religião ou se é a favor ou contra o aborto, por exemplo, o que deve ser levado em conta é o projeto político que está sendo proposto. 

SustentabilidadeImportante o setor metalúrgico apresentar propostas concretas e impor ao governo e ao empresariados novas formas de produção sustentável. Este é um setor que mais produz produtos que agridem e destroem o planeta. É preciso uma ação forte reflexão da classe trabalhadora sobre este tema.

SoluçõesPara pensar o futuro deve ser feito um esforço para abordar o presente de forma criativa e inovadora. Não só na construção de propostas, mas ousando e construindo um outro jeito de pensar as coisas. "Temos que mexer na estrutura brasileira tributária, pensar no incremento da capacidade de produção, estratégias de crescimento de renda", exemplifica. Deve haver articulação entre as agendas a curto, médio e longo prazo.

"Os metalúrgicos estão no centro de uma dinâmica que pode mudar os rumos da economia, pois é a indústria a força do país", finaliza.

 
 
 
 
 
 
 
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