Na manhã desta terça-feira (14) foi realizado um ato marcando o retorno do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), empresa pública de semicondutores e microchips, localizada no bairro Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre, que teve seu processo de extinção revertido pelo governo Lula após intensa mobilização do Sindicato dos Metalúrgicos junto aos trabalhadores.

A ministra de Ciência, Tecnologia e Inovações, Luciana Santos, que participou da cerimônia ao lado de autoridades e representantes dos trabalhadores, destacou o empenho de todos os envolvidos no processo de reversão da extinção da empresa pública e informou que bancos e antigos clientes já procuraram a Ceitec para retomar as relações comerciais após o anúncio da retomada das atividades.

Para Luciana, a Ceitec representa uma possibilidade para o Brasil dominar o conhecimento tecnológico, científico e produtivo que poucos países do mundo possuem. “Com recursos humanos altamente qualificados e sofisticada infraestrutura, a Ceitec tem capacidade para operar diferentes rotas tecnológicas, inclusive alinhadas às políticas de inovação e de reindustrialização em novas bases”, destacou.

Augusto Gadelha, atual presidente da Ceitec, lembrou que a área de semicondutores é “complexa, requer investimentos massivos e competência de recursos humanos” e destacou a sua importância para o desenvolvimento do país. “Muito se fala sobre a ‘guerra dos chips’ entre China e Estados Unidos, porque o chip é a peça fundamental da sociedade moderna”, afirmou.

Adriano Filippetto, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre, comemorou o retorno da estatal, não apenas pelos empregos, mas também pela oportunidade de construir a independência e soberania econômica do Brasil na produção de novas tecnologias.

Lauro Magnago, advogado do Escritório Woida, Magnago, Skrebsky, Colla & Advogados Associados, que atende os trabalhadores metalúrgicos, acredita que a retomada das atividades também Implica na possibilidade de readmissão dos trabalhadores que foram desligados durante o processo judicial de extinção da estatal.

Edvaldo Muniz, trabalhador da Ceitec e dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos, disse que o clima é de comemoração e otimismo entre os trabalhadores e trabalhadoras da fábricas. Muniz atribuiu a vitória à luta dos trabalhadores junto ao Sindicato nas mobilizações e articulações políticas que pediam a reversão do processo de extinção da empresa.

Foto: Adriano Filippetto, Marcelo Jurandir, Luciana Santos, Lauro Magnago e Edvaldo Muniz

A fábrica de semicondutores deve retomar sua produção em 2024, priorizando logística, rastreamento de animais, energia renovável, carros elétricos e painéis fotovoltaicos. O governo prevê investimento de aproximadamente R$ 500 milhões para o projeto da retomada, do qual metade deste valor está na Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2024.

Fonte: Jean Lazarotto/Stimepa e CUT/RS

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