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Plenária Estadual da CUT-RS reforça apoio a candidaturas de dirigentes sindicais nas eleições municipais
O encontro contou com quase 300 participantes e foi aberto com as análises de conjuntura do senador Paulo Paim (PT-RS), da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) e do presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre
05/10/2020




Em Plenária Estadual realizada na manhã deste sábado (3), a CUT-RS reforçou o apoio e o comprometimento com as candidaturas de dirigentes sindicais a prefeito, vice, vereador e vereadora nas eleições municipais de 15 de novembro para fortalecer a luta no campo institucional contra as políticas neoliberais dos governos de Jair Bolsonaro (ex-PSL) e Eduardo Leite (PSDB).

“A eleição é uma disputa de narrativa sobre o rumo que queremos dar para o país. Nós somos a geração dos militantes que podem fazer a diferença. Não temos tempo a perder”, disse o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.

Ele destacou que várias câmaras não possuem representantes dos trabalhadores, o que dificulta a busca de apoio para as lutas sociais. “Vamos nos colocar à disposição dos candidatos para integrar a coordenação da campanha. Não vamos fazer de conta. Vamos criar redes de whatsapp. Não podemos ter receio de fazer contatos, mostrar as diferenças de projetos e pedir votos com muita garra”, salientou Amarildo.

O encontro, que ocorreu de forma virtual, através da plataforma Zoom, contou com quase 300 participantes e foi aberto com as análises de conjuntura do senador Paulo Paim (PT-RS), da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) e do presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre.

Houve também uma homenagem póstuma aos trabalhadores que perderam as suas vidas durante a pandemia do coronavírus. Além disso, foram lembrados os profissionais da saúde que, mesmo sem testagem e arriscando as próprias vidas, não medem esforços para cuidar das pessoas e recuperar os infectados. Os trabalhadores da alimentação, da agricultura familiar e demais serviços essenciais foram igualmente lembrados.

Reforma administrativa é o desmonte do serviço público

O senador dos gaúchos e do povo brasileiro apontou os problemas que os trabalhadores estão enfrentando, como a falta de renda e a dificuldade de comprar produtos diante da alta dos alimentos, e criticou as políticas adotadas pelo governo Bolsonaro. “A valorização do salário mínimo gerava aumento de consumo e da arrecadação do Estado”, recordou.

Para Paim, “o governo precisa pensar na retomada do crescimento. Há 13 milhões de brasileiros na extrema pobreza e muitos estão passando fome”, alertou. Ele defendeu a aprovação do projeto de 14º salário emergencial para aposentados e pensionistas do INSS, o que injetaria cerca de R$ 40 bilhões na economia.

Ele defendeu a manutenção do auxílio emergencial de R$ 600. “Agora, quando o povo mais precisa, o governo quer reduzir para R$ 300”, disparou. “O Brasil precisa de uma renda básica de cidadania”, frisou.

Paim alertou também para a crise ambiental, destacando o desmatamento na Amazônia e as queimadas do Pantanal, “onde o fogo já consumiu 2,3 milhões de hectares”, disse.

Conforme o senador, “a reforma administrativa significa o desmonte do serviço público. Somos contra e vamos lutar para que não seja aprovada”. Ele conclamou os dirigentes sindicais para que participem ativamente do processo das eleições municipais.

Vampirização do trabalho

A ex-presidenta lembrou o surgimento do neoliberalismo na Inglaterra e a entrada no Brasil com o governo FHC. “A lei de responsabilidade fiscal criou uma camisa de força”, explicou, “mas não conseguiram tirar a proteção das conquistas trabalhistas e acabar com a estrutura do Estado, como vários bancos e empresas públicas, e não conseguiram acabar com os controles ambientais e agrários”.

“O golpe de 2016 foi completado no governo Temer com a lei do teto de gastos, que ‘tira os pobres do orçamento’, como Lula gosta de dizer, e com a lei da terceirização e com a reforma trabalhista”, enfatizou Dilma.

Ela observou que “agora querem pejotizar o trabalhador, como se fosse empresário de si mesmo. Estamos caminhando para uma desproteção absoluta no mercado de trabalho”.

“Está em andamento a quarta revolução industrial, com a introdução de uma tecnologia com alcance geral, afetando todos os setores. E com as plataformas, há uma vampirização do trabalho”, denunciou.

Para a ex-presidenta, “nos governos do PT, havia mais trabalhadores com carteira assinada do que na economia informal. Com o auxílio emergencial, descobriu-se que há mais pessoas na informalidade do que com emprego formal”.

Dilma avaliou o combate à pandemia e disse que “com a postura do Bolsonaro, a doença foi naturalizada”. Ela apontou que “há uma contradição no governo entre os neoliberais e os neofascistas” e que “Lula foi condenado sem crime, é inocente e está sem direitos políticos”.

Campanha em defesa do serviço público e das estatais

Para o presidente nacional da CUT, “há uma disputa no governo para tirar o Paulo Guedes e mudar o teto de gastos. Há um processo de fritura. De olho na reeleição, Bolsonaro está mirando o Nordeste e as periferias”.

‘Por isso, querem acabar com o Bolsa Família e criar um programa, a Renda Brasil ou a Renda Cidadã”, disse Sérgio Nobre. “Com o auxílio emergencial, eles perceberam a força da renda para a vida dos trabalhadores.

O dirigente da CUT alertou que a implantação da “carteira verde e amarela poderá reduzir o pagamento do salário mínimo, na medida em que o trabalhador pode ser contratado por menor jornada de trabalho. Querem trazer de volta também a proposta de capitalização da previdência”.

Sérgio Nobre chamou a atenção de que Bolsonaro “quer buscar recursos e quebrar o teto de gastos”. Um dos caminhos, segundo ele, é com as privatizações. “Há várias subsidiárias que podem ser vendidas após a decisão favorável do STF”, lamentou. “Outro caminho é o aumento da tributação, com a volta da CPMF.”

“A batalha será travada no Congresso e é preciso disputar a opinião pública”, assinalou. “A CUT fará uma campanha em defesa do serviço público e das estatais. Vamos denunciar também a carteira verde e amarela, mostrando a retirada de direitos”, destacou.

O presidente nacional da CUT defendeu a organização de comitês sindicais para eleger candidatos comprometidos com os trabalhadores e afirmou que “é preciso acreditar mais na campanha Fora Bolsonaro e não deixar de cobrar quem mandou matar Marielle, quem está por trás da morte do miliciono Adriano e denunciar as rachadinhas para fazer o Queiroz falar”.

“A classe trabalhadora está hoje subrepresentada no Congresso. Em 2022, temos que chegar mais organizados para ampliar a bancada dos trabalhadores”, apontou Sérgio Nobre.

Desafios para avançar as lutas do segundo semestre

A secretária-geral da CUT-RS, Cleonice Back, apresentou o resultado das plenárias regionais e dos setores e coletivos que nos últimos 15 dias prepararam as discussões. Ela destacou os principais desafios para avançar as lutas do segundo semestre, apontando a realização de campanhas de sindicalização, a atualização da comunicação, o fortalecimento das regionais e a importância da negociação coletiva.

Cleonice enfatizou também a presença da CUT nos territórios, as campanhas de solidariedade, a mobilização pela testagem dos trabalhadores da saúde, a luta pela regulamentação do teletrabalho e da uberização do trabalho, a sustentação financeira dos sindicatos, o combate ao machismo e ao racismo estrutural, a resistência às privatizações e a luta contra a reforma administrativa de Bolsonaro.

Os representantes dos macrossetores do serviço público, educação, indústria, saúde e agricultura familiar relataram também os desafios de cada segmento, que serão divulgados aos sindicatos e federações.

Houve ainda a exibição de um vídeo de balanço das ações da atual gestão da CUT-RS, desde a posse em novembro do ano passado, mostrando imagens das principais lutas do período.

Homenagem aos 67 anos da Petrobras

Ao final, o presidente da CUT-RS lembrou os 15 anos do assassinato covarde pela Brigada Militar do diretor do Sindicato dos Sapateiros de Igrejinha, Jair Antonio da Costa, durante um ato contra o desemprego, realizado no dia 30 de setembro de 2005, no viaduto Presidente Kennedy, na RS 239, em Sapiranga. Até hoje ninguém foi punido.

Amarildo fez também uma justa e merecida homenagem à Petrobrás, que está completando neste sábado 67 anos de história, destacando a luta dos petroleiros contra a venda das refinarias e em defesa da empresa que é símbolo do patrimônio público do Brasil. Foi exibido um vídeo alusivo do Sindipetro-RS.

 

Fonte: CUT RS

 

 
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