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“É necessário inovar o sindicalismo para acompanhar as mudanças no mundo do trabalho”, afirma diretor do Dieese
Debate aconteceu na terça-feira, 27 de novembro
28/11/2018




 Metalúrgicos de diversas bases do Estado se somaram a dezenas de dirigentes sindicais que acompanharam na manhã desta terça-feira (27), o debate “Conjuntura nacional, perspectivas econômicas para 2019 e o cenário sindical”, realizado no auditório do Sindipolo, em Porto Alegre (RS). A atividade foi promovida pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pretendia auxiliar o movimento sindical a compreender as mudanças atuais no mundo do trabalho.

 

Abordando os desafios dos próximos 30 anos, o diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio salientou que a crise de 2008 acelerou os processos produtivos, que passa por profundas mudanças e que o desafio é o movimento sindical acompanhar esta transformação, pois o novo capitalismo deixa os sindicatos fora do jogo.

 

“Entender isso é fundamental para compreendermos a reforma trabalhista e a eleição do Bolsonaro. É necessário também considerar que a força de trabalho do futuro, os jovens, não estão nos sindicatos, por isso, é urgente pensar um novo modelo de sindicato”, declarou ao iniciar sua manifestação.

Novo modelo de capitalismo

 

Uma das principais características deste novo modelo de capitalismo é que empresas tradicionais estão sendo transferidas para novos proprietários, geralmente fundos de investidores. “Comprar e vender empresas passa a ser um negócio”, explicou. Este cenário está criando o que ele classificou como novos milionários “que não são donos do capital, mas gestores deste capital através da propriedade de inúmeras empresas”.

 

“A inovação tecnológica faz parte desta transformação, cujo objetivo é gerar resultados inimagináveis para os acionistas”, disse Clemente ao comparar o trabalho de mulheres e homens com os de máquinas (o robô não tem sindicato, não faz greve, trabalha 24 horas, não adoece e custa menos).

De acordo com ele, essa mudança estrutural do capitalismo, de 2008 para cá, exigiu mudanças no mundo do trabalho em todas as áreas. Pois o mesmo acontece na educação e saúde, já que são inúmeros os hospitais e escolas vendidos para grupos multinacionais. “O estado vai acabar contratando empresas privadas para fazer o serviço público. A legislação já liberou a terceirização em todas as atividades e será muito difícil fugirmos disto no futuro”.

 

Cenário mundial – O economista salientou ainda que as reformas trabalhistas ao redor do mundo retiraram direitos trabalhistas e o acesso à justiça, além de flexibilizarem os contratos de trabalho (há países que podem contratar trabalhadores por apenas uma hora por dia). “A reforma trabalhista francesa foi feita por decreto, pois o presidente Emmanuel Macron não conseguia aprová-la no congresso”, contou.

 

Brasil acompanha tendência mundial

 

No caso do Brasil, é importante destacar tudo o que estava em jogo com o golpe de 2016. “Não há outro país no mundo que tenha tanto recursos disponíveis para oferecer ao capital estrangeiro, como o nosso”, enfatizou.

 

Segundo Clemente, é preciso olhar para essa mudança estrutural, que rompe padrão e cria uma nova realidade. “Considerando a imensa desigualdade do Brasil, essas alterações ocorrerão em ilhas. A grande massa de trabalhadores está desprotegida, e os empregados nestas ilhas vibraram com o fim do imposto sindical”, disse.

Aqui no Brasil, essa mudança estrutural acontece no mesmo momento que ocorre uma alteração no sistema político. “O recado é claro. Não dá para acabar com a democracia, mas ela tem que entregar o resultado que eles querem. E o judiciário está entregando esse resultado. Isso faz parte do processo de reestruturação das democracias”, destacou.

 

 

Para ele, os jovens que estão no mercado de trabalho terão que fazer as negociações e acordos. “Não há formação maior do que a vivência. Isso se chama descoberta da consciência de classe e os jovens terão que passar por isso. E nós, teremos que inovar no movimento sindical e nos convencermos que o novo sindicalismo será feito por quem está nestes novos postos de trabalho”, encerrou.

Texto: FTM-RS | Imagens: Rita Garrido (STIMMMEC)

 

 
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