Na noite desta terça-feira, 26 de julho, os sindicatos dos metalúrgicos de Cachoeirinha e Porto Alegre promoveram assembleias gerais simultâneas para avaliar as propostas patronais, que foram consideradas indecentes e rejeitadas por unanimidade pelos trabalhadores e trabalhadoras. Logo em seguida, também por unanimidade, aprovaram a decretação de greve na categoria.

A categoria vem considerando indecentes as propostas apresentadas pelos patrões. Enquanto os sindicatos pedem a reposição integral das perdas salariais causadas pela inflação (9,83% = INPC acumulado entre maio/2015 e abril/2016) e a manutenção de todas as demais cláusulas das convenções coletivas, os patrões oferecem um índice abaixo das perdas inflacionárias, ou seja, apenas 5,93% de reajuste, e a retirada ou flexibilização de mais da metade das cláusulas consagradas nas convenções coletivas, especialmente as que tratam do quinquênio, do auxílio-estudante e do regime de compensação para o não trabalho aos sábados, entre outras. Além disso, os patrões querem excluir a base metalúrgica de Cachoeirinha das negociações para enfraquecer a organização dos metalúrgicos em nível regional e estadual.

“Na próxima quinta-feira, vamos ter mais uma rodada de negociação com o sindicato patronal. Se não avançarmos, vamos fazer valer a decisão da assembleia e paralisar uma ou mais empresas. Só vamos sair do impasse se os trabalhadores e trabalhadores estiverem organizados nas fábricas”, disse o presidente do Stimepa, Lírio Segalla.

Na ocasião, a greve dos metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita realizada na empresa Agco na manhã de hoje – decidida porque a categoria não concorda em receber os 9,83% de reajuste de forma parcelada - foi lembrada como exemplo de luta e de que é possível a categoria realizar fortes mobilizações, mesmo nesta conjuntura adversa.

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