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14º Congresso reelege metalúrgico presidente da CUT-RS
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24/08/2015


Conjunturas nacional e estadual e as estratégias para combater os retrocessos e o golpismo pautaram os debates do CECUT


Depois de dois dias de amplos debates, o 14º Congresso Estadual da CUT aclamou neste sábado, 22 de agosto, por unanimidade, a eleição da única chapa construída por todas as forças que compõe o movimento sindical CUTista, a primeira com paridade entre homens e mulheres. Encabeçando a chapa, Claudir Nespolo, metalúrgico de Porto Alegre, foi reeleito presidente da entidade para o próximo quadriênio (2015/2019).

"Me sinto muito honrado em ser escolhido para mais um mandato da CUT-RS. Para nós, dirigentes, é uma honra representar essas três letras que tem a história forjada na luta. Estamos saindo daqui mais preparados para enfrentar o conservadorismo. Temos convicção que disputamos um projeto de sociedade. Podem falar mal do socialismo, dos trabalhadores, mas nós sempre vamos beber dessa água. É dela que vem a nossa vitalidade”, disse.

O 14º CECUT foi realizado nos dias 21 e 22 de agosto, no salão de eventos da Igreja Pompéia, Centro de Porto Alegre, reunindo 443 delegados representando todas as categorias organizadas no Estado. Entre eles estavam os companheiros do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita, entre os quais o presidente da entidade, Paulo Chitolina.


Conjunturas nacional e estadual e as estratégias para combater os retrocessos e o golpismo pautaram os debates da 14º CECUT

O 14º CECUT-RS reuniu 443 delegados e teve início na sexta-feira, 21 de agosto. Os principais debates do dia discutiram a conjuntura política, o enfrentamento à crise e a unidade sindical e dos movimentos sociais para combater os ataques, os retrocessos e o golpismo. Os rumos do país e as tarefas dos trabalhadores brasileiros foram debatidos na abertura oficial do evento à noite. Na manhã do sábado, 22 de agosto, segundo e último dia do congresso, a pauta girou em torno da situação econômica do Rio Grande do Sul e o chamado “desgoverno” de José Ivo Sartori.
Durante o Congresso foram debatidos temas como conjuntura, reforma política, paridade, democratização da comunicação, unidade da classe trabalhadora e fortalecimento da CUT, além das resoluções e do plano de lutas para nortear a atuação política da central para o próximo quadriênio.

Balanço da gestão e prestação de contas

Na tarde da sexta, 21 de agosto, o presidente Claudir Nespolo apresentou um balanço da gestão, lembrando as principais atividades realizadas, os desafios impostos pela conjuntura e os problemas enfrentados pela entidade. “Essa retrospectiva é importante para reconhecer os acertos e erros do último mandato”. Em seguida, foi apresentada uma prestação de contas da entidade que, colocada em votação, foi aprovada por unanimidade pelos delegados e delegadas.

Conjuntura, crise e golpismo

Os rumos do país e as tarefas dos trabalhadores brasileiros foram debatidos na abertura oficial do 14º CECUT, num painel com o coordenador geral do MST, João Pedro Stédile, e o diretor do Instituto Lula e ex-ministro, Paulo Vannuchi, que foram provocados a responder a pergunta formulada pelo presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo: para combater a crise e o golpismo, que "armas" devemos usar?

Stédile falou da intensificação da luta de classes principalmente a partir das manifestações de 2013 e que é geradora das atuais crises: a política - fruto do sistema político perverso, que suscita o golpismo de setores conservadores contra o governo democraticamente reeleito de Dilma Rousseff - a econômica - que pode perdurar por mais dois anos - e a social, pouco debatida na visão do líder. Otimista, entende que o pior já passou, lembrando da denúncia por corrupção de um dos principais articuladores do golpismo, o deputado Eduardo Cunha, e as declarações de empresários e banqueiros se posicionando contra o golpe. “A burguesia não quer ver o circo pegar fogo, pois se isso acontecer o circo cai sobre o dono também”, disse.

Paulo Vannuchi declarou que é preciso debater as manifestações de agosto de 2015 contra e a favor do governo federal. Para ele, devido a conjuntura complexa e difícil, o Brasil vive sim uma tentativa de golpe, apoiado pela grande mídia, que não deve acontecer porque há grupos muito fortes se organizando para combatê-lo. Como exemplo, citou os congressos da CUT e outras mobilizações sindicais e os atos populares realizados no dia 20, em defesa da democracia, em todo o Brasil, especialmente em São Paulo, onde a oposição da burguesia é maior. “Espero que a CUT saia desse encontro mais disposta e armada de números, argumentos, bandeiras e ânimo para lutar pela democracia”, concluiu.

Debate sobre crise financeira do RS, desmonte do serviço público e unidade sindical

A situação econômica e política do Estado, principalmente a partir das ações desastrosas do atual governo, que quer penalizar quem paga (os contribuintes, por meio do aumento do ICMS) e não fiscalizar quem não paga (os sonegadores), e que quer vender o patrimônio público e empobrecer ainda mais o funcionalismo, como também o enfrentamento do movimento sindical à precarização das leis e direitos trabalhistas, foram os temas principais do 14º CECUT.

Na ocasião, Helenir Oliveira, presidenta do CPERS/Sindicato, falou sobre a difícil situação dos servidores públicos e a greve histórica que está unificando as categorias. "Desta vez, não vamos apanhar porque a polícia está do nosso lado, em greve", disse Helenir. A declaração foi de certa forma contestada pelo dirigente da Federação e do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas, Flávio de Souza, o Flavião, para quem os policiais continuam subservientes a quem detém o poder político e econômico, relatando a ação dos policiais militares de coibir e, se fosse o caso, reprimir as mobilizações do sindicato em frente às fábricas, a mando dos patrões metalúrgicos.

Outros temas como a necessidade de se discutir o financiamento público de campanha, uma política tributária justa e a intensificação das lutas cutistas foram abordados no último dia do congresso.

Presenças

Durante os dois dias, diversas entidades que compõem a Coordenação dos Movimentos Sociais, deputados federais, estaduais, vereadores e dirigentes de partidos políticos e diretores da CUT Nacional prestigiaram a atividade.

Participando em Porto Alegre da aula pública “Direito à Cidade – Mais Amor e Convivência por um Espaço Público Humanizado”, o secretário de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo e ex-senador, Eduardo Suplicy, fez questão de comparecer no CECUT e saudou a disposição ao diálogo e unidade expressa no encontro.

Uma representação da central sindical da Itália CGIL acompanhou todo o CECUT, a partir do seminário internacional “Imigrações: Inclusão com Direitos e Combate à Xenofobia”, que antecedeu a abertura do congresso. Um protocolo entre a CUT-RS e a CGIL visando promover o intercâmbio de experiências do impacto das imigrações na Itália, Argentina, Uruguai e Brasil, levando-se em conta a inclusão produtiva, igualdade de direitos, rede de apoio e o papel dos sindicatos, foi assinado durante o CECUT.

Homenagens

O 14º CECUT o congresso cutista homenageou as mulheres, os jovens e os negros. A secretária de Finanças da CUT-RS, Vitalina Gonçalves, leu dados que mostram como o machismo faz vítimas no dia a dia. “Nós sofremos preconceitos, diversos tipos de assédios, somos vítimas de exclusão, quase que diariamente”, disse ela. Na noite de sexta, Jaqueline Pereira, mais conhecida como Negra Jaque, em ritmo de Rap e Hip-hop, cantou músicas que falam da realidade de machismo, preconceito e discriminação sofrida principalmente pelas mulheres mais pobres.

Na manhã do sábado, foi a vez dos jovens. Integrantes do Levante da Juventude realizaram uma mística e provocaram a plenária a recordar como foi o começo de sua militância, o ânimo, sonhos e motivações que tinham quando mais jovens.

Na tarde do sábado, os negros do CECUT foram homenageados pela atriz e professora Dedy Ricardo, acompanhada do músico Ricardo Pavão, por meio do espetáculo “Eu não sou macaco”, que denuncia as diversas injustiças cometidas a cidadãos da etnia negra, como forma de manter acesa a capacidade de se indignar com tais injustiças e relembrá-las, para que nunca mais aconteçam, retomando nomes, identidades e histórias de Cláudia da Silva Ferreira – a mulher arrastada por uma viatura da polícia pelas ruas de favela do Rio de Janeiro, Amarildo Dias de Souza – desaparecido após interrogatório na Unidade de Polícia Pacificadora na Rocinha, Paulo Afonso Soares – militante gay assassinado em Porto Alegre – além de figuras históricas, como o Almirante Negro e gaúcho João Cândido e os lanceiros negros, covardemente massacrados na Revolução farroupilha.

Eleição

O 14º CECUT ficará também marcado pela unidade das forças que compõem o movimento sindical CUTista e a conquista da paridade de gênero na direção eleita e empossada no final do encontro.
Uma única chapa encabeçada pelo presidente reeleito, o metalúrgico Claudir Nespolo, foi construída a partir de debates internos, sendo composta por 22 homens e 22 mulheres. Além de Nespolo, os metalúrgicos estarão representados na direção da CUT pelos metalúrgicos Jorge Correa, do Sindicato de São Leopoldo, e Antonio Munari, Marco Leal e Leandro Freitas, do sindicato de Canoas.

 
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