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Alvo errado
O alvo certo não é o trabalhador. É o patrão. O alvo certo é atacar as causas e não as consequências
02/02/2015

Por pressão do mercado, Dilma trocou a equipe econômica. No lugar de Guido Mantega, colocou Joaquim Levy, o preferido dos setores conservadores, entre os quais os banqueiros e os grandes meios de comunicação.

Outrora colaborador do governo FHC, Levy seria o “salvador da pátria” da economia brasileira. De cara, anunciou medidas econômicas para garantir o superávit fiscal e acalmar investidores e parceiros nacionais e internacionais. Até aí, tudo bem. O problema foi o alvo. Em vez de direcionar sua artilharia contra os ricos, direcionou contra os pobres.

Em vez de taxar as grandes fortunas dos endinheirados empresários, banqueiros, latifundiários e donos de grandes corporações midiáticas, elevou os tributos dos combustíveis, elevando o preço da gasolina e, em efeito dominó, o preço de outros produtos essenciais que vão elevar a inflação. Vai doer no do pobre.

Em vez de combater a alta rotatividade de uma conjuntura de quase pleno emprego, resolveu combater supostos fraudadores de benefícios previdenciários anunciando medidas que reduzem estes benefícios. Ninguém dos bandidos que fraudam foi preso. Mas milhões de trabalhadores vítimas da alta rotatividade ficarão com uma mão na frente e outra atrás quando forem demitidos. Ou seja, mais uma vez vai doer no do pobre.

As centrais sindicais, dentre as quais a CUT, são contra essas medidas e, no dia 28 de janeiro, mobilizaram milhares de trabalhadores para protestar no movimento apelidado de “Nem que a vaca tussa vão mexer nos nossos direitos”. O alvo certo era Joaquim Levy que, cinco dias antes, no Fórum Econômico Mundial, disse que o atual modelo de auxílio-desemprego do país está “completamente ultrapassado” e defendeu a necessidade de “livrar-se de subsídios e ajustar os preços” como providências imediatas de sua política fiscal. Um balde de água fria na possibilidade de o governo desistir de mexer nos direitos previdenciários.

Hoje a luta continua e o foco é pressionar os deputados e senadores a rejeitar as medidas provisórias, já que o governo, embora diga querer dialogar, não pretende voltar atrás.

 

Entenda melhor

Alta rotatividade significa que as pessoas não estão ficando muito tempo no emprego porque o patrão demite quem ganha mais pra contratar outro trabalhador disposto a ganhar menos, pra reduzir custos com folha de pagamento e compensar os reajustes das negociações salariais.

O alvo certo não é o trabalhador. É o patrão.

A medida certa não é mexer nos direitos e, sim, fiscalizar, processar e prender fraudadores, assinar a Convenção 158 da OIT, que combate as demissões imotivadas.

O alvo certo é atacar as causas e não as consequências.

Por: Geraldo Muzykant, jornalista
 
 
 
 
 
 
 
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